terça-feira, 8 de novembro de 2011

É aprovada a lei que cria a taxa para emissão de carbono

     Depois de de longas e intensas discussões, o senado australiano aprovou a "Lei de energia limpa", que regulamenta uma taxa para a emissão de carbono. A cobrança será de 23 dólares australianos por cada tonelada de carbono para os 500 maiores emissores do país a partir de julho de 2012.  taxa vai aumentar 2,5% por ano até 2015, ano no qual irá se transformar em um preço flutuante controlado pelo governo. 


      Os debates, para um programa de energia limpa e uma conseguente taxa para os emissores de carbono, ocorreram na Austrália por mais de 25 anos e foi motivo de desgaste na relação entre governo, oposição e população. Exemplo disso, foram as conturbadas quedas dos primeiros-ministros Kevin Rudd (2010)John Howard (2007).
      A vida da primeira-ministra, Julia Gillard, também não andava fácil até essa votação, pois além de viver momentos complicados no parlamento, ela viu sua popularidade despencar perante à população australiana. Julia então, apostou todas suas fichas nessa votação e foi a grande vitoriosa na aprovação da lei. 
     Em entrevista coletiva após a votação, Julia se apresentou muito contente com o resultado e disse que esse é o método para que a Austrália comece a utilizar energia "limpa".  " Essa reforma será importantíssima para o País no futuro, é a coisa certa que tínhamos que fazer e o mais efetivo método para deixarmos de  poluir por meio do carbono e começarmos a utilizar uma energia limpa. Ela também será uma impulsionadora na geração de novos empregos", declarou a primeira-ministra. 




      Julia Gillard disse ainda que a reforma tinha que ser aprovada devido as alterações climáticas que estão ocorrendo no mundo, que podem afetar a  Grande Barreira de Corais da Austrália. " As mudanças climáticas estão comprovadas. O aquecimento global está comprovado. Isso é o que os cientes  de todo o mundo falam  e isso traz um risco para a Austrália,  para a nossa maravilhosa barreira de corais. Não podemos colaborar com isso utilizando energias sujas, temos que modificar e é isso que ocorrerá com a reforma", afirmou. 
      A líder do partido verde, Penny Wong, disse que a reforma é uma contribuição para o futuro da Austrália e que possui a certeza que era o que deveria ser feito. "A Austrália está verde hoje! Estamos muito felizes com a aprovação e tenho a certeza de que a população também está. Estamos dando um grande passo para a preservação da natureza", disse.
        Já a oposição protestou muito contra o resultado e disse que se o partido Liberal ganhar as eleições me 2013, a primeira medida será acabar com a lei. " Esse parlamento acabou de  assinar um decreto contra  a economia da Austrália, contra os trabalhadores australianos que terão seus empregos ameaçados. Não podíamos ter aprovado uma lei como essa diante de uma crise econômica mundial. É lamentável!", afirmou Greeg Hunt, um dos líderes do partido Liberal. 

       Hipocrisia
         
       A oposição acusa a primeira-ministra, Julia Gillard, de ser hipócrita ao ter dito, antes da eleição, que não  colocaria uma taxa na emissão de carbono. " A primeira-ministra declarou para aos australianos, antes da eleição, que não iria cobrar nenhuma taxa refente a emissão de carbono. Ela mentiu e hoje ela e seu partido aprovaram essa insensata reforma.  Tenho vergonha de ter ela como governante da Austrália", declarou  Greeg Hunt. 




        Por sua vez, Julia Gillard, em entrevista ao canal SBS,  disse que mudou de opinião ao ver que essa reforma era importantíssima para o País. " Sim. Eu mudei de opinião ao ver que essa reforma seria necessária, por meio do que  os cientes do mundo inteiro dizem para nós. Existe um aquecimento global e os países precisam de criar medidas para alterar esse movimento. Nós estamos criamos nossas medidas e elas serão importantíssimas para o nosso futuro", afirmou.
       Vale lembrar que quando foi eleita com uma margem muito pequena de votos, em 2010, Julia Gillard contou com o apoio do Partido Verde para permanecer no governo. Partido esse que sempre foi favorável para a utilização de energia "limpa" na Austrália. 

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